Como tudo vai acabar
Um fôlego feliz
Não é morte que vai arruinar
Contigo naquela casa de rabiscos,
Com aquele jardim inconcebido,
Onde uma vida partilhámos, naquele sítio incerto
Onde a história conquistámos, sem os livros terem percebido
Eu já sei
Como tudo vai acabar
Uma mão sobre a outra
A beleza de um cliché
Crianças sem nome,
Chamados com carinho,
Chamados com carinho,
As nossas pegadas,
Jovens pela nossa terra
Eu não sei
Que dia o de hoje
Onde tudo faz sentido
Onde sei que estou perdido
Eu não sei
Apertar mais o presente
Saborear mais o momento
Contentar, este tempo prepotente
Eu não sei
Como perseguir mais o teu cabelo
Como alegrar mais as tuas feições
Um desgosto, como fazer para te-lo
Em falso desespero, um real apaixonado,
Vibra por desconhecer o amanhã,
Vibra por desconhecer o amanhã,
Vibra por sentir todos os outros dias...
Pára-se a imagem, em qualquer ponto da dimensão
Dele se vê o movimento,
E mesmo sem fôlego,
Bate-lhe o coração...